20 agosto, 2009

Desemprego nos 7% “não é preocupante”?

É inaceitável e repudiável a declaração da responsável do governo pelo trabalho e solidariedade, ao dizer que o desemprego nos 7% “não é preocupante”.

Neste período de especiais dificuldades das famílias e da economia regional, tal atitude só revela insensibilidade social e política.

Sem valorizar o problema, não se procuram as soluções, com estratégia e prioridade política.
Os jovens licenciados à procura de primeiro emprego, os desempregados de longa duração, os trabalhadores em situação de emprego precário e todos os que querem trabalho e não o têm merecem ser tratados, na acção governativa e no discurso político, com mais consideração e dignidade. Devem ser prioridade da governação.

19 agosto, 2009

A Saga continua

Na passada semana desloquei-me ás ilhas do Pico e Faial. Sábado dia 8 de Agosto cheguei ao Pico e de seguida apanhei a lancha das 13h para o Faial. Ao chegar ao Faial comprei os bilhetes de regresso ao Pico para o dia seguinte, o barco supostamente partiria ás 18horas do Domingo. No dia 9, domingo, um colega meu foi ao caís da Horta comprar os bilhetes para o mesmo barco em que eu, pois tinha de os comprar 2 horas antes porque estava a usufruir do tão aclamado cartão jovem. Não foi o espanto deste meu colega, ao chegar ao balcão de vendas da Transmaçor, a funcionária dizia-lhe que o expresso do canal tinha avariado e que se ele conhecesse alguém que fosse neste barco que os avisassem por forma a irem ao caís trocar os bilhetes para irem no cruzeiro, ás 20h.
Deste modo, o meu colega avisou-me do sucedido, então desloquei-me ao caís para alterar os bilhetes e para me devolverem o dinheiro. Ao chegar ao balcão de vendas a funcionária estava a ser pouco agradável com os clientes, a minha reacção pelo sucedido, foi pedir o livro de reclamações. Para espanto meu, o livro estava cheio, sem mais um único sitio onde escrever. Então, resolvi pedir outro, a respectiva funcionária lá andou á procura de outro livro, e para espanto meu, o segundo livro estava igualmente cheio, sem mais um único espaço onde escrever. Voltei a pedir á menina um terceiro livro e este já não havia.
Foi me dito que o mesmo aconteceu no caís de São Roque do Pico a quando das festas "Caís Agosto", só que com uma pequena diferença, não foram 2 nem 3 livros de reclamações cheios, mas sim 5 livros.
Se fosse uma empresa privada já tinha apanhado uma multa de 5 mil Euros por não ter livro.
Já dizia Fernando Pessa!
E esta hem!!!

18 agosto, 2009

Carolina Patrocínio

"Odeio os caroços nas frutas. Só como cerejas quando a minha empregada tira os caroços por mim. E uvas sem grainhas. É uma trabalheira”

É um pouco estranho recorrer vídeos do BE para postar aqui no blog. Mas, no caso, parece-me que vale a pena colocar aqui o apanhado:



A rapariga que se vê nas imagens chama-se Carolina Patrocínio e é a mandatária do PS para a Juventude. Espera-se que ela seja um exemplo para os milhares de jovens deste país. Que tenha umas ideias para o país. Não lhe foi dada ainda uma oportunidade para se revelar, é verdade. Mas só pelo que já se sabe dela, não parecem existir dúvidas de que se trata de uma rapariga escolhida porque é gira, conhecida e porque está na TV todos os dias. Pouco. Muito pouco. Assim, melhor tinham escolhido a Joana Amaral Dias que além de gira tem ideias e personifica exactamente aquela superioridade moral típica da esquerda. Não que goste das ideias dela. Mas ao menos ela as tem.

05 agosto, 2009

O Acordo de 1944


É com a entrada dos Estados Unidos da América na I Guerra Mundial que se torna imprescindível haver uma base naval no atlântico. O abastecimento de carvão e reparação de pequenas avarias nos navios aliados e um porto de escala para os “destroyers” americanos, que iriam manter a segurança e a liberdade de navegação nesta zona do oceano durante o conflito, a isso obrigava. Por conseguinte, as ilhas portuguesas dos Açores eram as que melhor localização geográfica tinham.

Com efeito, as primeiras facilidades militares cedidas aos norte-americanos remonta a 1917, data em que o governo português acabou por autorizar, entre outras concessões, a instalação de uma base naval em P. Delgada.

Comprovado o contributo decisivo dos Açores para a vitória dos aliados na guerra de 1914/1918, que se evidenciara no apoio à luta contra os submarinos alemães que atacavam os comboios marítimos vindos da América para a Europa, é no decurso da II Guerra Mundial - 1939/1945 - que novamente se faz referência às ilhas dos Açores como parte fundamental no apoio ao auxílio dos Estados Unidos à Europa.

É nessa altura que Portugal começa a tirar vantagens das suas ilhas atlânticas mais a norte, iniciando um processo que, no futuro, irá contribuir para a sua influência estratégica no mundo.

Foi no decurso das negociações que precederam a assinatura do Acordo entre Portugal e os EUA, assinado em Novembro de 1944, que se estipularam as condições para que os americanos utilizassem e controlassem uma base aérea em Santa Maria. É certo que ali iriam construir um aeroporto, mas as exigências de Portugal tinham como principais objectivos a garantia que não haveria interferências no seu império colonial, e que o exército português participasse, numa força dos aliados, na expulsão da ocupação japonesa do território de Timor Leste e a sua restituição à soberania portuguesa.

Assim se iniciam as compensações políticas e militares, e mais tarde também financeiras, que têm como contrapartidas a cedência de bases militares nas ilhas açorianas. Os norte americanos em Santa Maria e os ingleses na Terceira.

Serão os acordos seguintes que continuarão a revelar a forma como Portugal tem beneficiado desta situação. Poder-se-á afirmar que, dos milhares de milhões de dólares que têm sido concedidos pelos EUA a Portugal, a grande maioria se destina a reequipar as forças armadas portuguesas e a dádivas financeiras ao país, revertendo muito pouco a favor das ilhas açorianas. Por isso, não admira que as negociações sobre as novas valências da Base das Lajes se revistam de um grande secretismo da diplomacia portuguesa, ao que parece se terem associado os responsáveis pelo actual governo regional.

O Acordo Laboral e o Regulamento do Trabalho dos trabalhadores portuguesas da Base das Lajes é disso exemplo. Foram-lhes introduzidas alterações por um novo Acordo, que já foi assinado, em Lisboa, no dia 11 de Julho, entre os representantes dos governos dos EUA e de Portugal, com o aval do Presidente do Governo Regional, que tinha conhecimento das negociações. O Presidente da Assembleia Legislativa não foi informado, os partidos políticos com assento parlamentar nada souberam, e os representantes dos trabalhadores nem sequer foram ouvidos.


In "Correio dos Açores" e "Diário Insular"